sábado, 18 de abril de 2009

Pequenos furtos infantis por Dra. Shirley de Campos


Você já abriu a mochila do seu filho e deu de cara com um brinquedinho ou outro objeto que você não comprou e que ele não ganhou de presente?
A primeira idéia que vem à mente é a de que seu filhote roubou, não é?
Tranqüilize-se, pois o fato de seu filho levar para casa o lápis do colega ou pegar um brinquedo, sem permissão, não quer dizer que ele esteja a caminho da delinqüência ou que seja um cleptomaníaco. "Sem dúvida, a criança que desenvolve esse hábito está sinalizando um momento de conflito, mas esse não é um motivo para levá-la imediatamente ao psicólogo.
Os pais devem conversar com o filho para saber por que ele fez aquilo e explicar que esse tipo de atitude não é correto".
A criança menor, de dois a quatro anos, ainda não tem maturidade para entender que não pode pegar, sem permissão, o que não é dela. Nessa idade, a garotada não tem maldade ou malícia para querer se apoderar do que é do outro. Quando o faz, é porque acha o brinquedo atraente e gostaria de tê-lo.
Os pais não devem esperar para ensinar ao filho que é errado pegar as coisas dos amiguinhos.O melhor é que eles façam isso assim que a criança aparecer com algo que não é dela. Porém, antes de tomar qualquer medida, tente investigar por que o objeto está ali. Pergunte a ele! Seu filho pode ter ganhado um presentinho da professora ou mesmo de um amigo. Em caso de dúvida, cheque a informação na escola.Dependendo da maturidade da criança - normalmente a partir dos cinco anos - o fato de levar para casa coisinhas que não pertencem a ela merece atenção, principalmente se começar a se tornar rotina.O garoto está, provavelmente, tentando substituir algo de que sente falta pelo objeto furtado.Numa conversa franca e atenta com ele, você terá condições de avaliar se o motivo do furto foi exclusivamente o desejo de possuir um objeto igual ao do amigo ou se há um distúrbio emocional desencadeando tal comportamento.Chamar a atenção dos pais pode ser a causa. É bom deixar claro que, nem sempre, a carência de atenção é fruto da ausência dos pais. Há crianças que precisam ser mais cuidadas do que outras e algumas encontram, nos pequenos delitos, a única forma de demonstrar essa necessidade.
Aproveite para deixar claro que você está sempre disposto a bater um papinho amigo.Conversar é o melhor remédioEm primeiro lugar, é importante reconhecer que, se a criança levou para casa objetos que não são seus, significa que ela pode estar precisando de ajuda.
Afinal, essa é a única forma que ela tem de se expressar.Significa, também, que faltou diálogo para que seu filho tivesse a oportunidade de falar sobre o dia-a-dia - na escola, no playground, na brincadeira com os amiguinhos.Nesses bate-papos, os pais se interam do universo da criança, que costuma dar sinais quando algo de novo está rondando sua cabecinha.Uma vez que ela tenha pego algo que não é seu, precisa ouvir sobre o assunto e perceber a gravidade desse ato.
Respeite a maturidade de seu filhote e tome cuidado para não transformar o caso num drama (você já viu que ele merece atenção, mas não desespero)."Para as crianças a partir dos sete anos, vale estabelecer uma pequena mesada que lhe permita comprar as bugigangas que deseja - doces, balas, salgadinhos, figurinhas. Isso evita que elas caiam na tentação de levar o que é do amiguinho.Se acontecer mais de uma vez, não entre em pânico: ouça o pequeno, converse e explique tudo mais uma vez. Assim, o sintoma tende a desaparecer. Caso a mania persista, peça orientação a um psicólogo.

Johnson & Johnson